quinta-feira, 12 de março de 2020

LAÉRCIO OLÍMPIO É O PASSISTA/PROFESSOR CONVIDADO NO PRIMEIRO MÓDULO DO CURSO DE MULTIPLICADORES DO PASSO


Foto: Eduardo Araújo (cortesia )
O projeto “Novos territórios para o Frevo”, recebe no próximo sábado, 14 de março, o passista e professor de Frevo Laércio Olímpio, nas oficinas de formação de multiplicadores do passo que estão acontecendo no Museu do Cangaço, em Serra Talhada, Sertão de Pernambuco, sob produção cultural de Gil Silva, incentivo do FUNCULTURA/FUNDARPE/Secretaria de Cultura/Governo de Pernambuco.
Laércio é descendente de uma família carnavalesca e amantes do frevo. “O meu avô materno foi porta-estandarte do Clube Misto Bola de Ouro, além de ser também baliza ‘puxante’ do Clube Carnavalesco Empalhadores do Feitosa”, diz ele e acrescenta: “minha avó foi pastora do Bloco Misto Flor da Lira de Recife. Conheci ambos, mas não os vi ativos no carnaval. Porém, a minha mãe, foliã de ‘carteirinha’, nos dias de carnaval arrastava os quatro filhos, sendo eu o ‘caçula’, para o centro do Recife para acompanhar as troças”. Assim nasceu sua paixão pelo frevo e seus passos.
Ele ficava sempre a observar as evoluções de Fernando Zacarias, primeiro e ainda atuante porta estandarte do Clube de Alegorias Galo da Madrugada, do Recife, na troça Abanadores do Arruda e a noite/madrugada no Clube das Pás. “Nesta época presenciei várias vezes o Mestre Nascimento do Passo e sua turma dando vários shows de frevo/dança, principalmente na Praça do Diário, mais conhecida como Quartel General do Frevo”. Comenta e segue: “aproveitando o Mestre lembro um fato acorrido comigo no ano de 1984, pois em pleno carnaval, no largo do Livramento houve um concurso de passos para o público geral, onde eu estava com a minha mãe e uma sobrinha, porém resolvi me juntar aos foliões e cair no passo. Esta atitude me rendeu o primeiro lugar sem eu nem esperar, pois ali estava para apenas frevar”.
O fato narrado pelo passista Laércio foi marcante, já que quem lhe entregou o troféu, foi nada mais nada menos do que o Mestre Nascimento do Passo. “Eu todo acanhado e ainda sem acreditar, fiquei anestesiado”. Recorda o talentoso passista.
Em 2012 Laércio Olímpio conhece os Guerreiros do Passo, grupo que mudaria seu status de atual folião anônimo para folião/passista de “O Frevo”, espetáculo que o grupo apresenta há mais de 10 anos. - “Não conhecia o grupo até que por intermédio da Internet achei um vídeo com o espetáculo: O Frevo. Foi amor a primeira vista! Pois enxergava ali o que meu avós, minha mãe e meu tio Zeca me falando como era dançado o frevo na época deles. Não perdi tempo e no dia 21 de janeiro de 2012 corri para a Praça do Hipódromo, reduto do grupo”.
Laércio, amante afamado do frevo foi bem recebido por todos os professores, tendo Gil Silva como um deles. “Confesso que estranhei as aulas, ao ponto de pensar em desistir, mas encorajado a ficar pelos professores, em especial, o saudoso Ricardo Napoleão. Ficava furioso quando Gil me corrigia com a seguinte frase: ‘olha esse braço, passista’”! Menciona.
Foi ficando por ali e, no mês seguinte daquele ano, veio o convite para fazer parte do espetáculo O Frevo no Clube Carnavalesco Misto Escuta Levino!... “Não acreditei... e a emoção foi grande. Naquele momento o Guerreiros acabara de quebrar o meu anonimato no frevo. Me tornei um passista técnico com efeito e virtudes. Agreguei esta técnica ao meu estilo folião”. Sentencia.
Ele também participou de um concurso de passo na categoria passista/folião em 2013, “foi uma experiência muito negativa, apesar de ter sido o vice-campeão. Comecei a ser sondado por outros grupos e fui convidado a participar da abertura do carnaval do Recife em 2013, não aceitei. No ano seguinte parte do grupo foi convidado a dedo por Antônio Nóbrega e eu entre eles. No carnaval de 2015, Maestro Spok convida todo o grupo para apresentar o espetáculo O Frevo”. Confessa o passista.

Foto: Eduardo Araújo (cortesia)
No último dia 18 de fevereiro de 2020, ele foi um dos homenageados na ALEPE... “Pense num orgulho! A vaidade individual e coletiva me tomou. Só em pensar que eu só queria apenas um vídeo com os Guerreiros em 2012 e hoje tenho a honra de ser homenageado na casa do povo, não tem preço!” Comenta.
O professor, que já deu oficinas no Paço do Frevo, na Universidade Federal Rural de Pernambuco no Compaz, entre outros lugares, ao ser questionado sobre que espera da terra do xaxado, responde: “Certamente irei encontrar um público já preparado pelo professor Gil Silva. Tenho a convicção que deixarei algo positivo e voltarei com um aprendizado a mais no meu currículo. Levarei saberes que aprendi ao longo da minha vida frevista. Considero-me um tradicionalista aberto para o diálogo, pois tradição não quer dizer mesmice. Porém, pretendo falar dos simbolismos contidos no nosso frevo, ser prático e teórico sobre a dança do frevo e seus desenrolamentos durante mais de cem anos, o que significou e significa o Mestre Nascimento do Passo”. Finaliza.


Por Carlos Silva - Assessor de Comunicação.




quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

PROJETO CULTURAL TRAÇA NOVOS TERRITÓRIOS PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM DO FREVO NO SERTÃO DO PAJEÚ


Entre os dias 10 de fevereiro e 06 de março de 2020, estão abertas as inscrições para oficina de formação de multiplicadores do passo, ação do projeto cultural NOVOS TERRITÓRIOS PARA O FREVO, idealizado pelo produtor cultural, passista, coreografo e professor de frevo Gil Silva. O projeto tem como público-alvo principal jovens e adultos que atuam com danças populares no Sertão do Pajeú, mas também é opção para os amantes da cultura popular aprenderem mais sobre a dança, cartão postal do estado de Pernambuco.
O projeto reforça a importância de descentralizar o ensino e a aprendizagem do frevo, possibilitando que novos multiplicadores e fazedores da cultura possam ser formados e, consequentemente, que tenhamos mais valorização desse patrimônio”, ressalta Gil Silva, que há 24 anos começou, a partir das aulas com o Mestre Nascimento do Passo, a trilhar o caminho que faz do frevo parte de sua vida pessoal e profissional.
As oficinas serão gratuitas, com carga horária de 80h/a, divididas em quatro módulos, incluindo aulas teóricas e práticas (além de palestras, vivências, exibição e discussão de vídeos sobre o Frevo em parceria com oficineiros convidados), realizadas no Quintal do Museu do Cangaço, localizado na cidade de Serra Talhada-PE, sendo disponibilizadas 25 vagas.

Todos os encontros os participantes serão envolvidas em aspectos teóricos e práticos sobre o frevo. Teremos momentos em que as aulas serão conduzidas junto com oficineiros convidados, sempre um encontro por módulo”, ressalta a coordenadora pedagógica do projeto, Flávia Vieira.
No primeiro módulo quem irá participar é Laércio Olímpio, Passista/folião, professor do Grupo Guerreiros do Passo (Recife/PE), atua no espetáculo “O Frevo”, do mesmo grupo. O segundo módulo será marcado pela presença de Valéria Vicente, Professora Adjunta do Departamento de Artes Cênicas da UFPB. Possui doutorado e mestrado em Artes Cênicas pela UFBA, é pesquisadora, escritora de livros de frevo, dançarina, protagonizando vários espetáculos de Dança, como 'Ebulição' e ‘Re/in-flexão". No terceiro módulo Bruna Renata, que é licenciada em Dança pela UFPE, passista de Frevo, campeã de vários concursos de passo do Recife, Rainha do Carnaval 2017 e Dançarina da Cia de Frevo do Recife, contribuirá com a formação dos participantes do projeto.


O convite estar feito, procure fazer sua inscrição, pois as vagas são limitadas e venha frevar!

SERVIÇO:

Inscrição: 10 de fevereiro a 06 de março;
Locais: Recepção do Museu do Cangaço e Casa da Cultura e/ou pelo Formulário Eletrônico através do Link abaixo:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdp8-4DFgIK34W0cQ4PlzU7Ft3JEv6GSokwED6FhJJxNm3SBg/viewform?vc=0&c=0&w=1


Por Carlos Silva - Assessor de Comunicação
Foto e Cartaz Sebastião Costa

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

AULA ESPETÁCULO SOBRE FREVO CIRCULA EM 10 ESCOLAS PUBLICAS NO SERTÃO DE PERNAMBUCO


No dia 9 de fevereiro, o Frevo completará 113 e as cidades de Serra Talhada e São José do Belmonte serão contempladas com o projeto FREVO: RECONSTRUINDO MEMÓRIAS DE NOSSA CULTURA.

No dia 10 de fevereiro as ações ocorrerão na Escola Estadual Antônio Timóteo às 10h, em seguida, no dia 11, a Escola Estadual Professor Manuel de Queiroz e Escola Municipal Marizinha Barros, ambas de São José do Belmonte recebem a Aula Espetáculo com o Passista de Frevo e produtor cultural Gil Silva e sua turma com a Sobrinha e suas memórias sobre os passos, os ritmos e a musicalidade do FREVO, Patrimônio Imaterial da Humanidade.

Serão contempladas ainda, o Colégio Municipal Cônego Torres, a Escola Municipal Manuela Fernandes de Araújo Leão e a Escola Estadual Napoleão Araújo de Bom Nome, Distrito Rural de São José do Belmonte, a escola de Referência em Ensino Médio Cornélio Soares, a Escola Municipal Francisca Godoy e a Escola Municipal Maria Alves Bezerra, ambas na Zona Rural de Serra Talhada e a Escola Municipal Zuleide Feitoza de Carvalho.

O PROJETO FREVO: RECONSTRUINDO MEMÓRIAS DE NOSSA CULTURA, traz uma aula-espetáculo, com passistas, músicos e o palestrante/professor de frevo, para que os estudantes compreendam a sua trajetória e transformação, mostrando diferentes sentidos e valores. As ações do projeto também contempla a distribuição de cartilhas no formato de literatura de cordel, o texto da cartilha foi desenvolvido pelo artista Emanuel de Carvalho, o cordel também recebe xilogravuras criadas pelo artista plástico Rômulo Magalhães.

O frevo enquanto linguagem que expressa a dança e a música tipicamente pernambucana e que teve seu reconhecimento como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO, em cerimônia realizada na cidade de Paris, em 2012, é símbolo de “pernambucanidade” e vai além da dança, tem história e marcas que precisam ser conhecidas por todos, a aula espetáculo é um despertar para este conhecimento.

O frevo nasce em Pernambuco,
Das marchas, Polcas, Dobrados,
Os maxixes também trazem
Pro frevo um grande legado,
Passos tem pra mais de cem
O idoso entra também,
Todo mundo é convidado.

Trecho da cartilha
Autor: Emanuel de Carvalho

Por Carlos Silva – Assessor de Comunicação e Imprensa do Projeto