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Foto: Eduardo Araújo (cortesia ) |
O projeto “Novos territórios
para o Frevo”, recebe no próximo sábado, 14 de março, o passista
e professor de Frevo Laércio Olímpio, nas oficinas de formação de
multiplicadores do passo que estão acontecendo no Museu do Cangaço,
em Serra Talhada, Sertão de Pernambuco, sob produção cultural de
Gil Silva, incentivo do FUNCULTURA/FUNDARPE/Secretaria de
Cultura/Governo de Pernambuco.
Laércio é descendente de uma
família carnavalesca e amantes do frevo. “O
meu avô materno foi porta-estandarte do Clube Misto Bola de Ouro,
além de ser também baliza ‘puxante’ do Clube Carnavalesco
Empalhadores do Feitosa”,
diz ele e acrescenta:
“minha avó foi pastora do Bloco Misto Flor da Lira de Recife.
Conheci ambos, mas não os vi ativos no carnaval. Porém, a minha
mãe, foliã de ‘carteirinha’, nos dias de carnaval arrastava os
quatro filhos, sendo eu o ‘caçula’, para o centro do Recife para
acompanhar as troças”. Assim
nasceu sua paixão pelo frevo e seus passos.
Ele ficava sempre a observar
as evoluções de Fernando Zacarias, primeiro e ainda atuante porta
estandarte do Clube de Alegorias Galo da Madrugada, do Recife, na
troça Abanadores do Arruda e a noite/madrugada no Clube das Pás.
“Nesta época
presenciei várias vezes o Mestre Nascimento do Passo e sua turma
dando vários shows de frevo/dança, principalmente na Praça do
Diário, mais conhecida como Quartel General do Frevo”.
Comenta e segue: “aproveitando
o Mestre lembro um fato acorrido comigo no ano de 1984, pois em pleno
carnaval, no largo do Livramento houve um concurso de passos para o
público geral, onde eu estava com a minha mãe e uma sobrinha, porém
resolvi me juntar aos foliões e cair no passo. Esta atitude me
rendeu o primeiro lugar sem eu nem esperar, pois ali estava para
apenas frevar”.
O fato narrado pelo passista
Laércio foi marcante, já que quem lhe entregou o troféu, foi nada
mais nada menos do que o Mestre Nascimento do Passo. “Eu
todo acanhado e ainda sem acreditar, fiquei anestesiado”.
Recorda o talentoso passista.
Em 2012 Laércio Olímpio
conhece os Guerreiros do Passo, grupo que mudaria seu status de atual
folião anônimo para folião/passista de “O Frevo”, espetáculo
que o grupo apresenta há mais de 10 anos. -
“Não conhecia o grupo até que por intermédio da Internet achei
um vídeo com o espetáculo: O Frevo. Foi amor a primeira vista! Pois
enxergava ali o que meu avós, minha mãe e meu tio Zeca me falando
como era dançado o frevo na época deles. Não perdi tempo e no dia
21 de janeiro de 2012 corri para a Praça do Hipódromo, reduto do
grupo”.
Laércio, amante afamado do
frevo foi bem recebido por todos os professores, tendo Gil Silva como
um deles. “Confesso
que estranhei as aulas, ao ponto de pensar em desistir, mas
encorajado a ficar pelos professores, em especial, o saudoso Ricardo
Napoleão. Ficava furioso quando Gil me corrigia com a seguinte
frase: ‘olha esse braço, passista’”!
Menciona.
Foi ficando por ali e, no mês
seguinte daquele ano, veio o convite para fazer parte do espetáculo O
Frevo no Clube Carnavalesco Misto Escuta Levino!...
“Não acreditei... e a emoção foi grande. Naquele momento o
Guerreiros acabara de quebrar o meu anonimato no frevo. Me tornei um
passista técnico com efeito e virtudes. Agreguei esta técnica ao
meu estilo folião”.
Sentencia.
Ele também participou de um
concurso de passo na categoria passista/folião em 2013, “foi
uma experiência muito negativa, apesar de ter sido o vice-campeão.
Comecei a ser sondado por outros grupos e fui convidado a participar
da abertura do carnaval do Recife em 2013, não aceitei. No ano
seguinte parte do grupo foi convidado a dedo por Antônio Nóbrega e
eu entre eles. No carnaval de 2015, Maestro Spok convida todo o grupo
para apresentar o espetáculo O Frevo”.
Confessa o passista.
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Foto: Eduardo Araújo (cortesia) |
O professor, que já deu
oficinas no Paço do Frevo, na Universidade Federal Rural de
Pernambuco no Compaz, entre outros lugares, ao ser questionado sobre
que espera da terra do xaxado, responde: “Certamente
irei encontrar um público já preparado pelo professor Gil Silva.
Tenho a convicção que deixarei algo positivo e voltarei com um
aprendizado a mais no meu currículo. Levarei saberes que aprendi ao
longo da minha vida frevista. Considero-me um tradicionalista aberto
para o diálogo, pois tradição não quer dizer mesmice. Porém,
pretendo falar dos simbolismos contidos no nosso frevo, ser prático
e teórico sobre a dança do frevo e seus desenrolamentos durante
mais de cem anos, o que significou e significa o Mestre Nascimento do
Passo”. Finaliza.
Por Carlos Silva - Assessor de Comunicação.
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